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Mostrando postagens de fevereiro, 2025

Como deixar sua mesa de D&D clássico mais S&S (Sword&Sorcery)?

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Se você quer uma experiência mais autêntica de Sword & Sorcery baseada em três grandes autores do gênero (Howard, Lovecraft e Clark Ashton Smith)  e uma estética mais visceral para o seu jogo de faz de conta e rolagem de dados, trago essas dicas que aprendi lendo os clássicos e em alguns sistemas de qualidade inspirados em D&D.  Humanos como única raça jogável Sword & Sorcery clássica é centrada em protagonistas humanos, geralmente bárbaros, mercenários, ladrões e feiticeiros, que enfrentam  horrores cósmicos ou civilizações decadentes. Elfos, anões e outras raças tiram o foco da brutalidade e do horror da condição humana diante do desconhecido. Todos os humanos do jogo devem vir de culturas inspiradas na Idade do Bronze e anteriores, com forte influência das civilizações antigas, como sumérios, hititas e povos perdidos devorados pelo oceano.  Remova classes sagradas Na obra de Howard e Smith, sacerdotes são quase sempre fanáticos, decadentes ou corrompid...

Shadowdark é para você?

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DISCLAIMER: Isso não é um review meu, é apenas um apanhado de textos que falam sobre o sistema, organizados e resumidos para ajudar o leitor a decidir se o sistema é ou não para ele.    Como começou no dia 20/02/2025 o financiamento para Shadowdark no Brasil e muita gente tem se perguntado sobre o que é o sistema, além de querer entrar nessa de tocha apagada só confiando em premiação de ENNIES, segue abaixo um resumo dos conceitos gerais do sistema. Além de links com reviews que não poupam críticas, seguido de um resumo em tópicos desses reviews em ptbr para quem não lê em inglês, com os principais pontos dos textos: Shadowdark RPG diz incorporar elementos familiares dos jogos de fantasia clássicos, mas sem ser um retroclone. Com a proposta de ser algo nostálgico e ao mesmo tempo inovador (trazendo algumas mecânicas popularizadas pela 5e), o jogo apresenta algumas características curiosas para suas mecânicas. A exemplo, tochas duram uma hora, mas medida em tempo real. Tan...

"Mas o que Gygax faria?" O mal da idealização.

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  Gygax foi o cara. Ele cimentou o hobby que todos amamos odiar hoje. Graças a ele milhões de nerds antisociais gastam horas online discutindo bobagem na internet em vez de jogarem o jogo. Religiões foram criadas, Países dominados, até bilionários que planejam a dominação mundial se interessaram pelo jogo de fundo de quintal que virou estilo de vida no século XXI. Como já deu para perceber, esse não vai ser um texto histórico, mas sim vai tocar em momentos (facilmente verificáveis) da história do hobby para organizar o contexto e fazer uma crítica. Então, vamos lá.  Exageros (com fundo de verdade) à parte. Gygax realmente foi um autor prolífico, com seu ponto alto no início de carreira e depois com momentos de lucidez durante o resto de sua carreira, banhados por status de celebridade e declínio. Foi sem dúvida um autor que merece todo o respeito pelo seu legado, pois não só criou um jogo que prospera até hoje, mas por um período foi um designer que atingiu uma mina de ouro cr...

Em defesa dos retroclones e dos primos dos clones, contra o ataque dos "clownes" e os clones em conflito de identidade.

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Me mandaram um meme de um grupo de facebook aleatório outro dia criticando esses sistemas que se dizem inovadores mas que são na verdade o enésimo clone de D&D moderno. A gente não precisa ir muito longe para notar que isso é moda até aqui no Brasil faz bastante tempo. Desde que existe a OGL o pessoal daqui se "inspira" em D&D para fazer seus sistemas. Nada de errado nisso. Não julgo o mérito da época e contexto social em que foram criados ou no gosto geral da população nacional. Mas nada necessariamente bom surgiu também, mas isso já entra em questões subjetivas, gosto pessoal, conhecimento dos sistemas clássicos e etc.  O ponto aqui é fazer um comentário pessoal (como tudo nesse blog sem referência bibliográfica) sobre essa febre de fazer clone de D&D e em alguns casos porque as pessoas tem vergonha em dizer que seu jogo é só mais uma cópia do que veio antes com retoques de homebrew e o famigerado "sistema próprio". Não tenho a pretensão de fazer um ap...

Zona de conforto: O que diabos um boteco tem a ver com D&D?

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  Quando eu era adolescente tinha um boteco no centro da cidade que era ótimo. A galera ia lá se encontrar, trocar ideia, beber, fumar, arranhar uma viola e gritar. Era o paraíso juvenil. Todos eram iguais na mesa do bar, todos eram igualmente (e exageradamente) zoados. Ninguém era especial. Raramente havia brigas de fato, e quando tinha, era de alguém que não frequentava o boteco mas chegava lá impondo suas exigências em um ambiente que simplesmente não era feito pra ele. Então a pessoa esbravejava, batia a mão na mesa, reclamava com o dono, chorava, mas no fim ia embora. Enquanto isso os frequentadores gargalhavam até chorar, pois estavam em um ambiente seguro, que conheciam, que confiavam.  Era o típico ambiente copo sujo. O dono não ficava rico, mas pagava as contas. O investimento no local era mínimo, as mesas enferrujadas, os cantos sujos com crostas de poeira, graxa (provavelmente da oficina de motos que havia no local anteriormente) e sabe-se lá mais o que. Ele basicam...